O texto que se segue e de cunho espirita e foi tirado do livro “Deixe-me viver”, de autoria do espirito Luiz Sérgio, psicografia de Irene Pacheco Machado. 

“MÃE, NÃO ME MATE, DEIXE-ME VIVER”.

“Deixai vir a mim os pequeninos e não os embaraceis (Marcos, X, 14).”

 

“Quem atrapalha a evolução de uma criança é muito culpado e indigno de alcançar o Reino de Deus. Hoje a sociedade comenta, apavorada, os sequestros, os assassinatos, os estupros, os furtos, as drogas, mas se cala diante do frio e cruel assassinato de inocentes: o aborto. Em vários países o aborto cresce, até mesmo protegido por lei; todavia, ninguém se detém para pensar que esses crimes são praticados contra milhares de inocentes e indefesos seres. A vitima não tem voz para suplicar: “deixe-me viver, não me mate”, nem braços fortes para se defender. Essas crianças estão sendo esquartejadas friamente, sem piedade, por mentes gananciosas e sem Deus. Quase ninguém se importa; poucas campanhas se levantam em prol da vida desses pequeninos, vida esta tão importante como a de cada um de nós. Quem interrompe uma gravidez está rasgando a passagem de alguém para a escola da evolução. Não esqueçamos que o feto só esta alojado no útero porque obedeceu a um planejamento de Deus. Por que o homem não respeita semelhante obra?

Sabemos que muitas mulheres se julgam donas do seu corpo e com orgulho levantam bandeiras, dizendo: “eu me pertenço, faço do meu corpo o que desejo, do meu ventre disponho como quero”. E assim vão matando sonhos, esperanças e causando dores.  A mulher que aborta  é uma fracassada; ela não tem coragem de compartilhar sua vida com outra vida, que dela tanto necessita.”

 

Capitulo I

OS REGEITADOS ATRAVES DO ABORTO

Chegamos à Colônia dos Rejeitados que, apesar de bela, possui uma aura triste. Olhei ao redor e senti certa melancolia até nas flores, apesar das fontes de águas cristalinas emitirem suave fragrância de jasmim.

__ Que lugar tristonho! As arvores parecem soluçar, observou Hápila.

__ É mesmo, amigo.

Ali estava, à minha frente, um departamento da Colônia, ou melhor, o grande hospital. Fomos entrando. Paramos. Inúmeros espíritos avistamos, metade homem, metade  crianças; homem com fisionomia de bebê e bebê com fisionomia de homem.

Diante daquela cena insólita, nunca por mim divisada, indaguei, perplexo:

__ O que é isso, irmão Misael ?

__ São os abortados.

__ Que?

__ Sim, Luiz Sérgio, estão aqui em tratamento, até retornarem à carne.

__ Iram assim, deformados?

__ Não. Só depois de curados. Ficaram assim pelo choque; mesmo socorridos, a casa mental foi atingida.

Na enfermaria três __ Enfermaria de Jesus, vários homens recebiam da irmã Paulina uma aula de amor. Ela os tratava como crianças, cantava e orava enquanto aqueles homens brincavam como se  realmente o fossem. 

Passeava meus olhos por toda a Colônia, enquanto pensava: “meu Deus, como é possível entender que uma mulher seja capaz de assassinar o próprio filho?” Nisso, fui chamado pela minha nova equipe de trabalho.

__ Luiz Sérgio, vamos prosseguir com a visita aos doentes.
                          
Assim o fizemos e chegamos a uma enfermaria. Os bebês eram metade bebê, metade adulto, como me referi antes. Uns urravam, outros choravam, e ainda outros proferiam palavrões; todos muito revoltados. A doutora Kelly indagou:

__ Quando ele voltaram à carne?

__ Não sabemos. Antes terão de sofrer algumas cirurgias perispirituais e receber tratamento psicológicos.
  
Zeus aproximou-se de Mario e lhe perguntou:

__ Que deseja o irmãozinho?

__ Quero mamãe, quero papai

__ Respondeu com voz infantil.


Vamos assistir ao filme de Solange, Luiz Sérgio.

Acionado, o projetor nos ofereceu a imagem de um casal em sua vida social: barzinhos, festas, cinemas, teatros, enfim, “aproveitando a vida”, até que surgiu uma gravidez inesperada. E justamente  quando planejavam uma viagem para a Europa. O que fazer com a criança? Não pensaram duas vezes : abortar. Acompanhamos, em seguida, o suplicio de Solange, recebendo as pancadas de um medico aborteiro. Ninguém pode imaginar esse horror. Solange acreditava que a mãe fosse salvá-la. Corria do aparelho, apavorada, rejeitado o socorro da equipe de Maria de Nazaré. 

Solange foi esquartejada e jogada em uma lata de lixo. Seu perispirito, todavia, foi socorrido pelos médicos divinos.  Ninguém conseguirá apagar da mente de Solange a violência sofrida.

Outro caso lamentável foi o de Fernando. Da cintura para baixo possui a a forma de um bebê e da cintura para cima o formato de um homem. Seu olhar cintilava de ódio. O medico perguntou: Deseja conversar hoje?

__ Não, nada quero, somente morrer de vez.

__ Sabe que isso é impossível.  E depois, o plano de Deus espera por você. Terá de voltar à terra e prosseguir viagem.

__ Vocês são loucos e sanguinários. Vejam o meu estado! Obedecendo à Espiritualidade  Maior,     frequentei todos os cursos para mergulhar em um novo corpo e hoje, o que restou de mim? Uma deformação odiosa, pela rejeição de alguém que me prometeu acolher no seu ventre. Tudo mentira! Nada quero, não acredito em mais nada. O mundo é feito de ódio.

__ Fernando, por favor, vamos buscar a sua antiga forma, ela está na sua mente, vamos correr para os braços de Jesus e verá que é capaz de fazê-lo. Nada pode tolher seus movimentos, eles lhe pertencem, portanto, a saúde está em você, busque-a agora, queira-a, meu irmão!

__ Fernando gritava:

__ Não posso, não vê que tenho um aleijão? Sou homem e bebê.

__ Não, você não é um bebê. Você é que insiste em recordar tão triste fato. Esqueça-o, irmão querido, e busque na sua alma a forma verdadeira do seu corpo de homem. Agora vamos imaginar cada órgão seu e verá surgir o verdadeiro Fernando.

__ Não posso, eles me matam! A mesa… os aparelhos… as seringas.. a dor, a dor, a dor queima, queima.. Não, não me mate, mãe, mãe! Nada lhe fiz de mal, peço-lhe somente: deixe-me nascer!         

__ Fernando , seu corpo, o seu corpo, Fernando! Molde-o novamente! Molde-o novamente como você era antes!

__Não posso! O líquido me queima, estou sendo assassinado friamente! O que fiz pra vocês, assassinos? Reduzem-me a feto e, agora, covardemente, abusam da minha pequenez e me matam! Por favor, deixe-me nascer, não os perturbarei jamais. Abandonem-me depois para que outros me criem, mas não me matem, covardes. Eu não tenho armas para me defender. Um dia terão de pagar por isso e o meu ódio será eterno. Como posso chamá-la de mãe, quando assassina um filho inocente e indefeso? Nem o animal pratica tão cruel assassinato. Bandidos, bandidos cruéis! 

Dizendo isto, desmaiou.”

 

Na próxima semana postaremos o próximo capitulo.