O goiano Henrique Meirelles estaria escalado

 O vice-presidente Michel Temer já desenha a equipe de seu eventual futuro governo, caso venha a substituir a presidente Dilma Rousseff. O homem forte da economia, de acordo com os planos dele, será Henrique Meirelles.

A POSTOS
Os dois mantêm canal aberto. Segundo interlocutores do vice-presidente, Meirelles, que aceitaria a “missão” até mesmo se fosse convidado por Dilma, como chegou a ser articulado, estaria pronto a assumir o comando do Ministério da Fazenda de eventual governo Temer.

DE VOLTA
Nelson Jobim, do PMDB e também próximo de Temer, voltaria ao comando do Ministério da Justiça.

LÁ LONGE
Ao senador José Serra (PSDB-SP) seria destinada pasta forte, mas sem qualquer interferência na área econômica. O tucano, que já disse que fará “o possível para ajudar” Temer, é rejeitado pelo mercado financeiro.

AGENDA CHEIA
Temer, por linhas tortas, pode seguir o roteiro traçado por Lula para Dilma. Há alguns meses, o ex-presidente sugeriu que ela nomeasse Meirelles para a economia, Jobim para a Justiça e que mantivesse Temer “ocupado” em missões políticas. Lula e Temer, aliás, mantiveram diálogo aberto nos últimos meses, apesar de todo o estresse que cerca a relação do vice com Dilma Rousseff.

ORDEM E PROGRESSO
A nomeação de Jobim sempre foi vista por Lula, por setores do PT e do PMDB, como possibilidade de o governo exercer maior controle sobre a Polícia Federal. “Com ele, delegado não vai mandar em ministro”, afirma um interlocutor de Michel Temer.

FREIO DE ARRUMAÇÃO
Há grande expectativa também sobre os rumos da Operação Lava Jato no Judiciário caso Dilma caia e Temer assuma. A imprensa se concentraria na cobertura do novo governo, diminuindo o espaço destinado às investigações. Ministros de tribunais superiores se sentiriam menos “acuados”, na opinião de profissionais do direito, e se encorajariam a tomar decisões contrárias às do juiz Sergio Moro.

RESPEITO MÚTUO
É lembrada também a relação respeitosa de Temer com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, outra peça-chave da Lava Jato.

PALAVRAS
A relação entre os dois chegou a gerar mal estar entre Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros. Em março, o parlamentar disse a interlocutores que o vice-presidente falou pelo menos três vezes com Janot para tirar investigados da lista da Lava Jato –inclusive Eduardo Cunha– , o que nunca foi comprovado.

– Da Redação: Motta Filho.
– Fonte: Folha de São Paulo.