Volume útil registrou nesta semana o menor valor em dez anos para o período, o que prejudica criadores de peixes e o turismo na região do Norte do Estado
Sem Água – Volume atual do lago de Serra da Mesa é de 17,88%,
o que tem afetado a economia da região
Menor quantidade de água, de peixes e de turistas. É assim que cidades do Norte do Estado amargam, em pleno período de alta temporada, prejuízos com a baixa do lago de Serra da Mesa. O volume útil registrado nesta semana atingiu 17,88%, o menor dos últimos dez anos para o período. A justificativa vai além do clima. É que para maximizar a geração de energia há maior liberação de água do reservatório.
Pousadas nas proximidades do lago, que é um dos maiores do País, chegaram a fechar onde o lago está mais raso e as que resistem sentem grande diferença no movimento. “Em julho caiu 90%. Estamos sem público, já que as pessoas olham o lago desse jeito e acham que não é viável a pescaria”, pontua gerente da Estância Serra da Mesa, Jordana Soares. Entre Niquelândia e Uruaçu, pedaços de madeira já aparecem. Para pescar, a solução está sendo ir mais longe, o que demanda mais gastos. Assim, as promoções não têm compensado.
“Se brincar, em dois meses vamos ver o leito do Rio Maranhão”, teme ao lembrar que o ano passado mesmo, com a maior estiagem, não houve impacto nessa proporção. O receio de que nos próximos meses a situação piore também é sentido pelos criadores de peixes da região. “Como o nível está mais baixo, vamos ter de retirar os peixes antes para não perder o que já é reposição do que foi perdido no ano passado”, pontua o presidente da Associação Goiana de Piscicultura, Paulo Roberto Silveira Filho. Se a situação não melhorar, peixes menores serão abatidos. Este ano cerca de 200 toneladas foram perdidas em Uruaçu e uma das principais causas apontadas é a água mais turva, devido à baixa.
A partir de Niquelândia, em direção ao Norte, o impacto é menor no turismo. Segundo Furnas, responsável pela usina, o nível é definido pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que não enviou um retorno para a reportagem.
Volume útil
– Matéria transcrita sem alteração do jornal O POPULAR, edição de 21 de julho de 2016.