Ex-prefeito na cidade por dois mandatos irá em busca do terceiro. Silvestre será vice

Após quatro anos de ter deixado a prefeitura de Alto Horizonte  – dois mandatos seguidos entre 2005  e 2012 – Luiz Borges da Cruz, vulgo Cabo Borges (PSD), está de volta ao cenário política da cidade: No último dia 28 de julho, dez partidos (PROS / PP / PSD / PSDB / PPS / PC do B / PDT / PHS / PSL / PTN) realizaram suas convenções no plenário da Câmara Municipal de Alto Horizonte e formalizaram seu apoio à candidatura do ex-prefeito, que agora foca seu discurso eleitoral na sustentabilidade da cidade após o encerramento das atividades da Mineração Maracá. Borges, como se sabe, arregimentou o atual vice-prefeito Silvestre Rodrigues Fróis (PSDB) para compor chapa no mesmo cargo. O adversário será o pecuarista Hernandes Maurício da Silva (PMDB), oficializado como candidato de oposição com apoio de outros quatro partidos no dia 3 de agosto. 

Em entrevista a imprensa, Cabo Borges descartou a tese de que construiu sua postulação política usando táticas voltadas à desconstrução da gestão do atual prefeito Oildo Silveira Machado (PP), seu gestor administrativo durante oito anos. De acordo com Borges, a intensa guerra jurídica na disputa sobre quem ficaria no comando do Poder Executivo (que fora ocupado pelo vereador Waltemy Braz Gomides (Macarrão), ora no PSDB, hoje no PROS; por Hernandes Maurício; e por Oildo, até os dias atuais) impediu que o atual prefeito pudesse fazer uma gestão mais tranquila e focada nos compromissos firmados na eleição passada. Por conta disso, Oildo desistiu de tentar a reeleição e não deverá subir no palanque de Borges, confirmando assim o rompimento político dos dois, embora o PP faça parte da chapa Borges-Silvestre.
“Essa convenção é o resultado das minhas duas gestões, que transformou minha nova candidatura num processo viável, em que fomos aglutinando o apoio dos partidos após muitas conversações. A desistência do Oildo facilitou muito esse diálogo com os partidos da base que, antes compromissados com a candidatura dele, acabaram migrando para o nosso lado. O meu maior desejo – e eu já tinha falado isso para o Oildo – era que a candidatura dele (à reeleição) fosse uma candidatura sólida, que estivéssemos todos nós abraçando isso. Quem constrói ou descontrói uma candidatura não é uma pessoa só. Sabemos as dificuldades e perturbações que o Oildo passou nesses quatro anos, em que tivemos quatro posses no cargo de prefeito, em que todos que assumiram pensaram que haveria uma nova eleição. Não fui eu, Borges, que desconstruí a candidatura dele. Mas a situação política de Alto Horizonte que desconstruiu a gestão do Oildo até mesmo porque houve demora (do TSE) em deferir que não haveria uma eleição suplementar na cidade. Tenho certeza de que o Oildo jamais gostaria de ter feito o governo que ele fez”, ressaltou Cabo Borges.

Sobre o futuro de Alto Horizonte
Sobre os planos para um eventual terceiro mandato, o ex-prefeito disse que Alto Horizonte (depois de tantas obras realizadas em seus mandatos e também na gestão de Oildo) agora precisa encontrar caminhos para gerenciar, com menos dinheiro, o que foi implementado nesses 12 anos. A preocupação advém da perspectiva nebulosa de encerramento da extração e beneficiamento de um composto de cobre e ouro na planta do Projeto Chapada da Mineração Maracá/Yamana Gold. Como exemplo de sua preocupação, Borges citou a dura realidade econômica enfrentada atualmente por Niquelândia após a paralisação das atividades de produção de níquel da Votorantim Metais, que culminou com a demissão de 800 empregados no primeiro semestre.
“Hoje, a situação de Niquelândia é difícil demais porque, com o fechamento da Votorantim, a cidade está ‘sangrando’. As pessoas (os políticos) passaram 40 anos discutindo o poder político em Niquelândia, mas esqueceram de discutir a cidade. É justamente por isso que, aqui em Alto Horizonte, estamos construindo um programa de governo para que possamos discutir a cidade pós-mineração para que, no futuro, não paguemos o preço que Niquelândia está pagando hoje, porque não se discutiu um projeto de sustentabilidade separado da mineração”, pontuou Borges.

– Redação, com informações do DN.