Texto III.


“A INFLUÊNCIA DE FABRÍCIO SOBRE A MÃE.


Não me conformo com a ganância  do  homem  e  com a decadência da mulher, quando elas nasceram com a responsabilidade de fazer dos seus filhos  homens de bem e não o que estamos presenciando. Fatos tristes, muito tristes: a mulher mata sem  piedade  quem dela tanto precisa. Quando Deus lhe ofertou o mérito da maternidade,  foi  por  desejar uma cooperadora, por isso ela conta com o auxílio divino. As mães têm a missão de gravar na alma humana a bondade de Deus. A mulher que aborta está fracassando em sua tarefa divina.  Assassinando  o  próprio filho, ela está matando as esperanças de Deus.  
 
Aloísio chamou-me à realidade:

__ Luiz, por que a tristeza?

Olhei-o com carinho e apenas sacudi  a  cabeça. Não queria falar,  sentia uma vontade muito grande de chorar.

Doutora  Kelly   convidou-nos  departamento  da  reencarnação, onde Fabricio se preparava para retornar à carne. Chegamos logo,  sendo recebidos  por  Constança, uma simpática irmã, cujo perfume sentimos ao nos aproximar:

__ Sejam bem vindos!

__ muito trabalho, irmã? Perguntou doutora Kelly.

__ Sim,  ainda  mais  porque  hoje o  ser humano encarnado não deseja  assumir  responsabilidade e  um filho  é  mais  que  uma  responsabilidade,  é  a  renuncia da própria vida e   poucos  pensão  nos  outros.  Mas  sei  que  vieram  acompanhar o irmão Fabrício no difícil caminhar da reencarnação. Vamos até ele?

Seguimos  a  irmã.  Encontramos  Fabrício  reclinado  em  uma cadeira. Levantou-se, cumprimentando-nos. Doutora Kelly falou-lhe:

__ Estamos  prontos  a  acompanhá-lo.  O  Luiz Sérgio precisa escrever um livro esclarecedor e achamos prudente narrar o seu reencarne.

__ Irmã,    não   desejo   reencarnar,   já  avisei   os   irmão   do departamento que a família escolhida para me abrigar não me deseja, é inútil insistir.

__ Não temos  autoridade  para julgar o seu caso, aqui estamos como aprendizes, respondeu Misael.

Nisso, Constança, acercando-se dele falou:

__ Hoje, irmãozinho, teremos outro encontro com seus futuros pais. Lembre-se de tudo o que aprendeu aqui.

Inclinando-se, em total respeito, respondeu:

__ Mesmo contrariado, estarei na sal dez, esperando-os.

__ Agradecemos, Fabrício, e lhe desejamos muita paz.

Constança afastou-se e nós a acompanhamos.
Ao  chegarmos  à   sala  dez,  uma musica suave energizava o ambiente,  assim  como  a luz verde-água.  Fabrício  já  agudava  os  futuros  pais.  Em  determinado momento, limo-vos entrar, meio assustados, em desdobramento perispiritual. Percebemos o olhar de amor de Fabrício para Marina,  a  jovem  de  dezoito  anos,  que  estava  diante  dele. O jovem que a acompanhava, Rogério, olhou-o com indiferença.

Constança interveio:

Querido Rogério  e Marina,  qualquer relação sexual tem por fim um compromisso e o de vocês é receber Fabrício como filho. 

Rogério gritou:

__ Filho?  Nem  pesem  nisso!  Estamos  é  aproveitando   a vida.

__ Muito certo. São jovens, podem aproveitar a vida, mas  o sexo  não  é parque de diversões.  Sexo  é  um  elemento  precioso  na  maquina  da  vida.   Podemos  mesmo dizer que  é um órgão divino, muito respeitado por Deus, por ser através do seu trabalho que se fazem as  ligações  entre  o  plano  espiritual  e o plano físico. O sexo não é só o prazer, é luz que, projetada equilibradamente, forma um caminho para os espíritos prosseguirem viagem.

Já estivemos muitas vezes aqui e vocês não desistem, não é mesmo? Falou Marina.

__ Como  desistir,   se   todos  estão  ligados  pelos fios dos compromissos  pretérito?   Não   somos  nós nem Deus  que desejamos  o  seu  reencontro.  Fabrício pertence à família de vocês, por isso estamos aqui, apenas  para aproximá-los. Há muito vocês estão tentando acertar. Na última encarnação ele foi seu pai,  Marina.  Na  penúltima  o irmão de Rogério. Por que agora o rejeitam? Indagou Constança.

Simplesmente,  porque  não  querenemos  filhos, respondeu Rogério que, olhando para Fabrício, perguntou-lhe:

__ E tu, queres ser nosso filho?

__ Não. Prefiro ficar aqui, onde tenho amigos.

__ Está vendo, Senhora? Nem ele deseja reencarnar.

Estávamos   assistindo   à   entrevista   daqueles   seres  que precisavam estar unidos pelos laços familiares. Sei que depois de dez minutos Constança convenceu o casal a receber Fabrício  e  ficou  acertada  a  volta  do  irmão  pelo  ventre  de Marina.  Falei para Aloísio:

__ Isso não vai dar certo, outro abortado…
 
__ Oh, Luiz, nem pense nisso!

Encontros  como este  existiram muitos e sempre Rogério e Marina relutando em receber Fabrício, mesmo dizendo “sim” a Constança.

Chegado  o  grande  dia,  presenciamos  a  luta  do  espírito desencarnado para despojar de certos fluidos do mundo espiritual  e assimilar outros do plano físico. Tudo preparado:  o  mapa  da  vida física  de  Fabrício  e  o  adormecimento  da  sua mente, depois a redução perispiritual. Os  construtores,  com  os  técnicos,  entregaram  Fabrício,  mais  uma  vez,  à equipe da reencarnação. Ele  agora  era  um  ovo,  desenvolvendo-se  no  útero  de Marina.   Alojado naquele ventre jovem, iniciava a sua vida fetal.

Como  toda  gravidez  inesperada,  ocorreram comentários, assombro, revolta e o desejo de impedi-la. Mas, graças a Deus, Marina e Rogério resolveram aceitar Fabrício como filho e ele ali estava protegido pelo sentimento da mãe.

Íamos  agora  para  outro  trabalho,  quando  doutora Ísis foi chamada  para prestar socorro à Marina. Encontramo-la deitada, pálida, ou melhor, cadavérica. Perguntei a Constança, que ali já havia chegado:

__ O que aconteceu?

__ A irmã está com suspeita de hepatite.

Misael aplicou-lhe passes magnéticos, detendo-se, particularmente, na região do fígado. 

__ Como contraiu tal enfermidade? Indaguei.

Doutora Kelly respondeu:

__ A    mulher      grávida,  além    de   abrigar o corpo orgânico do espírito reencarnante,  dele recebe  também  as  vibrações  mentais.  A  mulher  se  funde  com  o  espírito  do filho.   Recordemo-nos das arvores enxertadas,  é  caso  semelhante.  Nos  nove  meses de gestação, a mulher grávida  quase  perde  a  personalidade.  Muitas  vezes  os  pensamentos  são do ser que ela  abriga em seu ventre.

__ E ela, não influência o feto? Perguntei.

__ Sim,    é     uma     permuta     de     sentimento     de  sentimentos. Assim como Marina atua na formação  do corpo  físico  de Fabrício,  ele  também  atua  no dela  e  a doença de Marina é proveniente da hepatite de  Fabrício,   que  foi impressa na mente de Marina. Não só os corpos estão ligados: as mentes de ambos também.

A  partir  desse  instante,  Ísis  iniciou  a dispersão mental, para aliviar a doença de Marina.  Eu prestava muita atenção ao quadro clinico, quando foi projetada, sobre a mente de Fabrício, a cura da doença que motivou o seu desencarne: a hepatite.

Os  pais  de  Marina,  já  gostando  do neto, tudo fazia pela recuperação da filha. Tanto que, mesmo sendo orgulhosos, e um tanto  inconformados da filha casar gravida, agora só queriam, a saúde de Marina.

Testemunhamos a cura de uma doença espiritual. A hepatite de Marina era, na verdade, a projeção da mente de Fabrício.  E  o  médico  do  mundo físico estudou muitas horas  o  fenômeno  vivido  pela paciente Marina  que, de uma hora para outra, ficou curada, não encontrando explicação para o “milagre”.

Pude,  então,  perceber  por  que muitas  mulheres mudam tanto no período da gravidez . É  como  se  elas  adquirissem  uma  dupla personalidade.  E  feliz  da mulher que abriga em seu ventre uma criança portadora de bos sentimentos!

Ficamos mais uns dias observando o caso  e presenciamos a alegria de Marina à espera do seu filho. Rogério desejou casar-se , mas os pais fizeram ver-lhe que o importante em um relacionamento é o amor e o respeito.  Forçar dois  jovens  a  iniciar uma vida a dois  somente para prestar contas à sociedade é ser mais hipócrita do que essa sociedade,  que cobra santidade,  quando assiste  com  indiferença  aos mais  baixos  atos  de  maldade,  como  sequestros, assassinatos,  exploração  de menores, prostituição, aborto, criança abandonadas, velhos carentes de amor, corrupção.  Aqueles  pais  eram  gente  com  “G”  maiúsculo, respeitadores da sagrada família aqui na terra. Com pais como esses, Marina e Rogério um  dia  irão ter um, lar alicerçado no amor e no respeito,  como foram criados.  Muitas vezes os pais obrigam as crianças a casar, quando elas, de há muito, “mantem” o casamento.

Saímos daquela casa,  desejando que Fabrício fosse u, bom filho e Marina uma digna mãe.

__ Ísis,  já   falei  sobre  as  gestantes  que  enjoam em outro livro meu. Queria que você nos elucidasse a respeito desse desconforto orgânico.

Ísis, sorrindo respondeu:

__ Isso    ocorre     possivelmente   de   um   desequilíbrio espiritual. Quando mãe e  filho estão vivendo em   sintonia,  isso  não acontece.   Mas  se  o filho não  desejar  comer  mamão,  por exemplo,  e  a  mãe  sim,  aí  vem  o enjôo.  É mais  um  fator mental.    Os   dois   precisam     viver     em     harmonia.   Se    o    espírito   do    reencarnante    jogar    emanações   desequilibradas    sobre    o   organismo   materno,   este,   ao    absorvê-lo,  desequilibra-se  e  vêm  as náuseas. A mulher que não enjoa,  ou tem um  domínio maior sobre o    reencarnante    ou    vivem    os    dois    num    mar     de   harmonia;    mesmo   quando    o  reencarnante   deseja comer jiló, que ela detesta, ela come para que o filho se sinta feliz e vice-versa. Um completa o outro. “

Uruaçu, 05 de outubro de 2011.

Na próxima semana postaremos o  texto seguinte.